A indústria de energia solar, em franca expansão no Brasil e no mundo, representa um mercado promissor e de alta precisão para fabricantes de torquímetros. A montagem de usinas solares, desde pequenas instalações em telhados a grandes parques fotovoltaicos, exige o aperto controlado de milhares de parafusos, garantindo a segurança, durabilidade e eficiência da estrutura por décadas. O uso de torquímetros é, portanto, um componente crítico e não apenas uma boa prática nesse setor.
O torque correto é fundamental em diversas etapas da montagem de uma usina solar para assegurar a integridade estrutural e a segurança das conexões elétricas. Um aperto insuficiente pode levar a estruturas instáveis, vulneráveis a ventos e intempéries, enquanto o excesso de torque pode danificar os componentes, como os módulos fotovoltaicos ou os próprios parafusos, comprometendo a longevidade do sistema.
Os valores de torque variam consideravelmente dependendo do componente, do tipo de parafuso (diâmetro, material e classe de resistência) e, crucialmente, das especificações do fabricante da estrutura e dos painéis solares. No entanto, é possível identificar faixas de torque comumente utilizadas no setor:
Principais Aplicações e Faixas de Torque em Usinas Solares:
>Fixação dos Módulos Fotovoltaicos:
Esta é uma das aplicações mais críticas. Os grampos (clamps) que fixam os painéis solares aos trilhos de montagem exigem um controle de torque preciso para não danificar a moldura de alumínio do módulo nem o vidro.
>>Torque típico:
Varia entre 12 Nm e 24 Nm. Por exemplo, manuais de instalação de grandes fabricantes de estruturas e módulos especificam torques de 12 Nm para os grampos de fixação e uma faixa de 18 N·m a 24 N·m para parafusos M8 utilizados em determinados sistemas de grampos.
>Montagem da Estrutura de Suporte:
A base de toda a usina solar, seja ela de solo ou de telhado, é a estrutura metálica. A união de pilares, terças, tesouras e outros componentes estruturais é realizada com parafusos que necessitam de um torque específico para garantir a estabilidade do conjunto.
>>Torque típico:
Para as conexões estruturais, os valores são geralmente mais elevados. Manuais técnicos indicam o uso de 15 Nm para a fixação de tesouras em pilares e outras uniões estruturais. Para parafusos maiores, como M10 ou M12, o torque pode ser significativamente maior, dependendo da classe de resistência do parafuso.
>Conexões de Aterramento:
A segurança elétrica da usina solar depende de um sistema de aterramento eficiente. Os parafusos que conectam os cabos de aterramento à estrutura e aos módulos devem ter um torque controlado para garantir uma conexão segura e de baixa resistência.
>>Torque típico:
Esta aplicação geralmente requer um torque menor, na faixa de 3 Nm a 7 Nm, para não danificar os terminais e garantir a continuidade elétrica.
>Seguidores Solares (Trackers): Em usinas de grande porte, o uso de seguidores solares, que movem os painéis para acompanhar a trajetória do sol, adiciona outra camada de complexidade e a necessidade de controle de torque em seus componentes móveis e de fixação.
A Importância da Norma e da Especificação do Fabricante
É crucial ressaltar que não há um valor de torque único e universal para todas as aplicações. As normas da ABNT, como a NBR 16690 (Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos) e a NBR 6123 (Forças devidas ao vento em edificações), estabelecem os requisitos de segurança e desempenho, mas os valores de torque específicos são determinados pelos fabricantes dos equipamentos. Os manuais de instalação dos painéis solares e das estruturas de montagem são os guias definitivos e devem ser rigorosamente seguidos pelos montadores.